Contestação de Santana Lopes uniu deputados
O PSD contratou uma agência
de comunicação para reforçar
a sua imagem, mas parece ter
tido o efeito contrário.
A Agência Cunha Vaz & Associados já tinha assessorado Luís Filipe Menezes nas directas para a liderança do partido. A sua vitória foi também a vitória da CV & A. Não espantou a sua contratação para Assessorar o partido. Mas as suas funções não parecem ter sido suficientemente esclarecidas. Isto porque, se realmente a agência terá como função a gestão de eventos, imagem de campanha, ou marketing político, onde residirá o receio de Santana Lopes na imiscuidade da CV & A nos conteúdos?
Quer o líder do partido, quer o líder da bancada parlamentar já desvalorizaram o caso. Mas se é de comunicação que falamos, e partido da opinião de profissionais de comunicação que afirmam que as agências trabalham bem quando não se dá por elas, então algo vai muito mal.
Luís Filipe Menezes referiu-se a esta polémica como uma novela venezuelana da qual até gosta muito, mas parece arriscar-se a ser um mero telespectador diante do actor principal Santana Lopes.
A razão para tanta contestação passa pela permanência no parlamento de um consultor da CV & A fazendo consultadoria em informação e comunicação. Pedro Santana Lopes invocou de imediato as diferenças operacionais entre partido e bancada parlamentar.
Esta contestação vinda de alguém que se sente nas suas sete quintas no que toca à imagem não surpreende. Mas leva-nos a questionar – como líder parlamentar e falando de protagonismo, se a bancada social-democrata passasse a ter um melhor desempenho, o mérito poderia ser atribuído à Cunha Vaz & Associados. Assim, esse mérito fica no reforço da liderança parlamentar.
Resta saber se não terá sido um tiro no pé, numa eventual divergência interna no partido, que muitos viam como bicéfalo.
Santana Lopes saiu reforçado na coerência e na liderança. Pode-se afirmar que o resultado será Santana 1 – 0 Menezes? Talvez, mas quem sai a perder quando há vitórias internas deste tipo é o próprio partido, como o passado já o demonstrou. Os Barões continuam à espreita.
João Malainho
